segunda-feira, 16 de novembro de 2009



Procura-se um talento


Convidado por uma amiga para assistir a apresentação de final de ano de uma escola onde ela faz aulas, fui sem esperar grandes acontecimentos. Como toda finalização de uma escola de dança a de Ruth Rachou não foi diferente, tinha alguns solos clássicos, outros contemporâneos etc.


Na plateia os pais sorridentes acenavam para suas filhas. Um dos momentos que levou o público ao delírio foi quando entrou quatro pequenas bailarinas, sorridentes, despreocupadas e que mostravam estar se divertindo. Diferente das mais adolescentes que fizeram seus solos e não possuíam expressão no rosto, simplesmente executavam a coreografia. Mas isso não é um problema somente delas que ainda não são profissionais, muitos bailarinos formados também não possuem um rosto expressivo quando estão no palco. Isso é uma questão que se resolvida agora pode evitar problemas futuros para quem quer seguir a carreira de bailarino.


Sem muito esperar fui surpreendido por três pessoas ali presente no palco, elas realmente eram diferentes das outras jovens. Aline Yaeko, Natália Lima e Teresa Moura Neves possuem qualidades de profissionais, como domínio do corpo, dinâmica de movimento, presença de palco e expressão em seus rostos.

Assim como Teresa se mostrou preparada nas coreografias em grupo, em seu solo ficou realmente claro suas qualidades. Aliás essas três possuem solos que as valorizam e as destacam do grupo.

No caminho para casa fiquei pensando no potencial dessas jovens e tentando entender porque muitas escolas acabam segurando esses talentos somente para satisfazer os seus eventos e ganhar festivais de dança. Uma jovem como Teresa já poderia estar no mercado suprindo a falta de pessoas qualificadas. Claro que ela assim como as outras ainda precisam desenvolver outras coisas, mas o que vi já mostra que o caminho delas poderia ser melhor junto a uma cia de dança e a serviço da arte.

Muitos talentos acabam se perdendo no mundo das academias e dos festivais.

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