sábado, 26 de setembro de 2009

Metropolis e Solo a Dois

O projeto Bem casado é desenvolvido no teatro de dança onde sempre temos dois espetáculos diferentes na mesma noite ou duas Cias Negritodiferentes.Nessa segunda edição a Cia Urgente de Teatro, de Vitória (ES), traz o espatáculoMetropolis” inspirado na obra de Fritz Lang que foi um cineastra, realizador, argumentista e produtor nascido na Áustria, mas que dividiu sua carreira entre a Alemanha e Hollywood.O espetáculo questiona a modernização que transformou o homem em um ser que reproduz e não sente mais emoções, um homem sempre em busca das pílulas que podem satisfazer suas necessidades mesmo que isso signifique não sentir mais. Com uma mistura entre voz, corpo e imagens os dois únicos personagens são praticamente iguais pois estão representando a massificação da humanidade, uma sociedade sem expressão, porém o que difere um do outro é o fato de um deles não ter tomado a pílula que não o permite pensar e exatamente ai que começa tudo, com uma luz verde o espetáculo nos leva para um mundo onde somos vermes, a música é totalmente tecnológica e lembra o barulhos das máquinas da indutrialização.A direção é do Marcelo Ferreira que é formado em jornalismo. Ele buscou em filmes como Metropolis, Tempos modernos entre outros entender a sociedade contemporânea.
Já em Solo a Dois, do coreógrafo Alex Soares, temos o tema realidade X virtualidade.Aqui ele interage com a tecnologia, em meio a projeções de vídeos e imagens o corpo dialoga com a virtual até chegar a um colapso nervoso. Na cena final é projetado um relógio no peito do bailarino que vai fazendo contagem regressiva até a morte total. Com isso ele nos questiona até onde queremos ir com a tecnologia, nos a dominamos ou viramos reféns.
Esses espetáculos tem como foco questionar a Industria Cultural que se criou em volta da arte, aqui a arte na fica apenas na estética, ela cumpre seu papel social que é nos fazer refletir sobre a realidade.

Veja dança visite www.apaacultural.org.br e fique por dentro.
Nota 9S

Jardim de tântalo

Criando em 2002 e remontado em 2009 especialmente para participar da III Mostra de Repertório da Cia Borelli de Dança com o tema Contos Malditos que reuniu quatro espetáculos diferentes durante o mês de março na galeria Olido em São Paulo o espetáculo Jardim De Tântalo trata de questões muitas vezes esquecidas pelos artistas que buscam um plásticidade em suas obras, aqui nessa obra a questão que norteia o trabalho é a insanidade, como colocar isso em sena, levar o público a uma reflexão e não ser óbvio? E exatamente o que faz Sandro Borelli em seus espetáculos. Um dos poucos artistas que consegue reproduzir o universo de Kafka na dança sem perder a essência do mundo sombriu e assustador dessas obras, transformando-as em espetáculos que nos leva a refletir sobre as relações humanas.
Já no espatáculo em questão aqui Jardim de Tântalos temos em cena 6 bailarinos, um palco escuro cortado apenas pela luz que faz cria o cenário irreal que desperta um novo olhar para a obra. Usando algumas simbologias como banhar um bailarino com leite ou o beijo entre personagens que aparentemente poderiam ser considerados como dominador e dominada ou escravizador e escravizado, nos leva a um outro tempo e espaço e coloca questões como:Até onde sou dominado ou permito isso acontecer?Se o beijo na bíblia marcou a traição de Judas, porque hoje ele esta relacionada as emoções?Com o leite que representa a força da vida, ele nos questiona ate onde estamos vivendo ou a vida esta apenas passando pelo nosso corpo como o vendo que toca nossa pele.
Esse é o poder da arte, questionar para saber .
Assim como outros artista a Cia Borelli foge da Indústria de Cultural que transforma tudo em lucro dentro do capitalismo. Ver espetáculos desse tipo faz com que possamos refletir sobre a comercialização da arte e suas finalidades, assim como fizeram os grandes teóricos da comunicação.





visite http://www.ciaborelli.com/ e saiba mais.


Nota 9S

O animal mais forte do mundo

Com direção de Fernando Faro e coreografias de Ângelo Madureira e Ana Catarina Viera, o espetáculo coloca em cena seis bailarinos sendo três homens e três mulheres.O cenário todo branco, a luz colorida vai nos guiando no ambiente coreográfico, que começa com uma bailarina em cena sem música, fazendo movimentos lentos que aos poucos vão se intensificando até que entram outros corpos buscando espaço no palco.
Durante sessenta minutos os corpos lutam entre si em busca da sobrevivência, uma hora contra um, outra contra todos fazendo um esboço da nossa realidade, mostrando o mundo capitalista que tanto se assemelha aos mundo dos animais.
Em alguns momentos todos os corpos se unem fazendo o mesmo movimento como se fosse a rotina diária de uma sociedade amorfa e outros existe um único corpo que se liberta por alguns segundos, mas parece estar fora da sintonia e logo volta para o mundo dos iguais. Nesse espetáculo os iguais buscam ser diferentes o tempo todo estão duelando entre si e consigo mesmo na busca da liberdade e soberania.
Esse espetáculo me lembrou a briga entre os meios de comunicação em busca da notícia, onde em alguns momentos todos estão falando do mesmo assunto e de repente um tenta fugir do conjunto trazendo um outro olhar querendo afirmar sua identidade e adotar os leitos ou espectadores perdidos em meio as informações, mas logo essa tentativa se frusta e voltam a pensar na vendas, então aceitam o fluxo normal junto aos outros jornais e ficam esperando aparecer a exclusiva para novamente se destacar.

visite o site: www.dancacontemporanea.com.br e saiba mais.
Nota 8S

Um corpo que não aguenta mais

Comunicar o que queremos apenas com o corpo é difícil, agora imagine falar da morte sem palavras. E exatamente isso que podemos encontrar no espetáculo “um corpo que não aguenta mais” de Marta Soares.
Em sua mais recente pesquisa Marta Soares inspirou-se na obra do italiano Giorgio Agmbem intitulada “Homo Saccer, o poder soberano sobre a vida nua 1”.
Com movimentos “pobres” e simples ela se coloca em cena com outros quatro bailarinos e busca sair dos estereótipos e dos movimentos estéticos trazendo um outro olhar sobre a dança.
Nos faz refletir sobre a complexidade do tema e nossa relação com o corpo, em muitos momentos nos deixa incomodados com a pouca movimentação e mais uma vez nos faz pensar que corpo é esse que abriga o meu ser. Porque buscar um sentido e uma estética corporal ao invés de sentir e entender os códigos que ele passa.
O que é belo como arte? O que é arte? O que é a morte? O que é estético como dança?Essas perguntas aparecem em nossas cabeças durante o espetáculo que tem quase duas horas de duração e ao final nos deixa sem ação. Não batemos palma porque não gostamos, não entendemos ou mexeu com agente?
Esse tipo de espetáculo faz parte de um grupo de outros que são criados para mexer de alguma forma com as estruturas estéticas que criamos sobre dança, mas eles são direcionado a um público mais específico.
Nota 7S
Marta Soares (coordenadora, diretora e coreógrafa)Completou o One Year Course no Laban Centre, em Londres. É bacharel em artes pela State University of New York. Analista de movimento pelo Laban/Bartenieff Institute of Movement Studies, NY. Recebeu bolsa da Fundação Japão, estudando com Kazuo Ohno em Tókio. É mestre em comunicação e semiótica pela PUC-SP, em que leciona na Faculdade de Comunicação e Artes do Corpo e é doutoranda no Departamento de Psicologia Clínica, no Núcleo de Subjetividade. Recebeu oPrêmio Funarte Klauss Vianna 2006 para pesquisa.

Não sobre o amor

Um espetáculo que poderia ser apenas mais um falando de amor se não fosse o fato e a tentativa de falar “Não Sobre o Amor” o que o torna poético e filosófico.

Em cena apenas dois atores, Leonardo Medeiros como Maiakovski e Simone Spoladore como Alya. Ela resolve ir embora para a Rússia e pede para que ele não fale nem escreva falando sobre amor. Ele pode escrever absolutamente sobre tudo e é exatamente o que ele faz durante o espetáculo que tem uma hora de duração, são leituras de cartas de um para o outro ambos escrevem sobre a vida que estão levando, o clima, as coisas, as pessoas, mas não sobre o amor e é justamente essa frase que é falada após alguns minutos do início e da nome ao espetáculo.
Em meio a projeções de textos e vídeos podemos pensar no amor, mas não apenas o amor na sua forma “simples” de amar outra pessoas, mas também nas origens e nas heranças de cargas emocionais que recebemos ao longo de nossa jornada amorosa.
O amor não é exato, não é uma verdade absoluta nem algo real no sentido material da coisa. Ele é apenas um tema filosófico que necessita ser discutido, mas nunca compreendido e sim vivido.
O cenário é um quarto de ponta cabeça o que nos faz viajar nas possibilidades que o corpo em cena pode nos mostrar. A cama na parede a luz no chão, a janela no teto, a porta de ponta cabeça etc. O cenário e bem aproveitado e não rouba o foco do tema central da peça.
Esse é décimo nono esptáculo da Cia Sutil em comemoração aos 15 anos de estrada que foi criada em 1994 por Felipe Hirsch e o ator Guilherme Weber.
Nota 9s

A Loira do banheiro e outras lendas urbanas


A Loira do banheiro e outras lendas urbanas estreou em 2008 no Teatro Ruth Escobar, passou pelo Tendal da Lapa e Hoje esta em cartaz no Studio 184 na praça Roosevelt.
O espetáculo coloca em cena as lendas urbanas que mais assustam as crianças, porém de uma forma humorada e contemporânea. Com quase duas horas de duração temos em cena 8 atores que fazem multplos papeis.

Com a visão de que o teatro deve levantar questões e não dar respostas e incentivando a participação do público; propondo reflexão sobre a condição humana, a Cia Teatral Amigos do Almeida, desenvolve espetáculos que despertam o espírito crítico e pensamento reflexivo. Pensando nisso os espetáculos são realizados a meia noite na praça Roosevelt, um lugar onde existe outros teatros e é considerado um reduto de artistas que realmente fazem arte fora do circuito comercial e dos meios propagadores de cultura de massa.

A Cia teatral Amigos do Almeida luta contra a Indústria Cultural, por isso fazem espetáculos em horários alternativos e em lugares voltados para artistas e amantes do teatro. Esses lugares alternativos são os chamados guetos que são “excluídos “ do circuito comercial da cultura. Poder ver espetáculos desse tipo faz com que possamos refletir sobre a comercialização da arte e suas finalidades.
Assim como podemos pensar também nas questões do jornalismo, até onde vale a pena vender a alma para os fatos deixando de lado a verdade apenas para transformar a notícia em algo comercial. Será que assim como existe a Industria cultural não existe também a Indústria Informacional voltada para o controle de informação e alcance das massas através dos fatos que são relevantes e importantes apenas aos olhos dos editores e seus interesses?
A arte nos faz pensar e ajuda a formar opiniões sem manipular, pois nos da possibilidades de rever o mundo tal qual ele é.


Entre no site http://www.amigosdoalmeida.com/ e saiba mais.



Nota 8S