sexta-feira, 23 de outubro de 2009





Divino Movimento




O Grupo Divinadança teve inicio em 2007 e desde então vem percorrendo caminhos por festivais e teatros como: Curadores Associados ( Teatro de Dança ) em 2007, Conexão Internacional da Dança ( Teatro Sergio Cardoso – Plataforma Brasil/Holanda ) em 2008, Dança e Movimento ( Ilhabela ), Festival de Dança de Londrina ( 2009 ) entre outros.
Para o Bem Casado do Teatro de Dança, que sempre traz dois grupos diferentes na mesma noite eles colocaram em cena a remontagem Sostenuto de Luis Arrieta, que foi criada para o Balé do Teatro Castro Alves em 2004. Nessa coreografia três bailarinos em cena jogam com o sustentar dos movimentos e dos corpos fazendo quase que uma poesia.

Mas o destaque da noite foi para a coreografia Tempo Escasso de Gleidson Vigne, que se inspirou na obra de Bertold Brecht. Ao som de Disered Constelation de Björk, os bailarinos se movem como se não tivessem ossos, todos os movimento são articulados e fluidos.
O grupo se completa, mesmo sendo diferentes não existe nenhum bailarino que se destaca mostrando superioridade de movimento. Existe um equilíbrio e como se a movimentação os unificassem.
Em um momento um pouco mais descontraído do espetáculo o bailarino Maércio Maia e manipulado por Ghiba Santana e Priscila Lima enqaunto a Natalia Yukie vai colocando roupas nele. Toda a movimentação dele é conduzida como se fosse um boneco, esse momento tira aplausos da plateia.
Esse é um espetáculo que para quem quer apenas ver algo bonito, estético, com base, que informa, ou seja, completo.
Veja um trecho de Tempo Escasso, clique aqui.

Conheça o Divinadança visitando o blog: http://www.divinadanca.blogspot.com/
Nota 8S


Direção: Andrea Pivatto
Elenco: Alaércio Leite, Alexandre Almeida, Bruna Barbosa, Ghiba Santana, Antonio Marques, Claudia Riego, Flavia Duarte, Flavia Lucato, Maércio Maia, Marcela Sena, Natalia Yukie, Priscila Lima.



Um beijo de sensações


Inspirados na vida e obra da artista britânica Tracey Emin que nasceu em dia 3 de Julho de 1963, a artista inglesa de origem Turca-cipriana inspira-se na própria vida para criar suas obras. Uma vida cheia de traumas que passa por estupro e abortos que sofreu, mas ela canalizou todos os seus sentimentos para suas obras.
E é exatamente nessas obras, que a Cia Fragmentos, dirigida por Vanessa Macedo se nutre para criar o espetáculo Beije minha alma.
Em um cenário que reproduz o quarto onde Tracey passara quatro dias tentando suicídio, um bailarino nu sentado em uma cadeira observa uma mulher com um aquário vazio na mão. Ela levanta-o a cima da cabeça como se fosse quebra-lo no chão e antes que possamos imaginar que talvez não seja o que seria obvio, ela solta o aquário que se quebra espalhando vidro no chão. Pronto esta instaurado o clima de incomodo na plateia. Todos ficam observando como se estivessem indignados com a situação que logo em seguida entra outra bailarina com um vazo de vidro onde tem flores e água. Coloca-o no chão e começa a juntar os cacos de vidros espalhados como se estivesse tentando juntar a vida que se vai ao longo dos anos.
São quatro bailarinos em cena, mas que representam a vida de uma pessoa a polémica artista Tracey Emin. Eles conseguem nos incomodar na plateia e nos tira do lugar comum como propõe a arte. Me incomoda ver vidros no palco, flores sendo pisoteadas, pessoas se banhando em cena enquanto bebe água e como se isso não bastasse para me tirar do lugar comum eles se beijam com uma respiração ofegante como se estivessem roubando um do outro a respiração. Essas coisas me causaram frio, arrepios, medo, angustia, tristeza e reflexão sobre a vida.
Se você esta afim de sentir mais do que somente apreciar arte, veja Beije minha alma.

Nota 10s


Direção: Vanessa Macedo

Intérpretes: Danilo Firmo, Érica Tessarolo, Jéssica Moretto, João Pirahy, Maercio Maia, Orlando Dantas e Vanessa Macedo

Estágiarios: Carolina Minozzi, Patrícia Árabe e Priscila LimaProdução

Executiva: Dudu Oliveira

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sandro (In)dependente



Um novo olhar para a criação

Fazer arte no Brasil é difícil, ainda mais quando se trata de dança. Como o público em sua grande maioria não consegue entender o que o artista criador quer dizer com a movimentação, ela acaba ficando no campo do estético.
Por falta de ferramentas o público acaba avaliando a dança pelo conjunto estético e não pelo sentido da obra e seu conteúdo conceitual.
A dificuldade para obter investimento compatível com as pesquisas voltadas para uma criação mais aprofundada, onde o artista realmente faz o que ele quer fazer e quase impossível quando a concorência é com produções que apenas buscam proporcionar o entretenimento do público.
Sandro Borelli é um artista que cria o que não é apenas estético, ele não só cria como recria suas próprias coisas e quando não esta criando ele inventa. Uma de suas invenções, que podemos considerar uma transformação para os artistas da dança é a Mostra (in)dependente de dança?, onde temos vários artistas apresentando seus trabalhos.
Em um texto publicado no Idanca, Deborah Rocha descreve a "revolução" que Sandro Borelli vem fazendo e passando no cenário da dança brasileira. Ela começa pelo extinto grupo F.A.R 15 que ele criou em 1997 e chega na 2ª Mostra (in)dependente de dança? deixando bem claro a importância dele para o segmento.
Na matéria publicada no site Rede Brasil, Sandro Borelli diz: “fazer arte precisa ser um ato político e reflexivo, sempre, e o fato dos grupos participantes da mostra serem fomentados não anula a discussão sobre a ‘independência’ (ou não) do fazer artístico”.
Além de questionar a independência dos grupos de dança com um ponto de interrogação no final do nome da mostra ele propõe debates sobre temas ligados a criação artística, Workshop e demonstração de trabalho.
Lembre-se dançar é viver!